Discurso
criacionista faz a Santa Sé e a Igreja Anglicana defenderem Charles
Darwin
Thomaz Favaro
Jim
Zuckerman/Corbis/Latin Stock |
METÁFORA
CRISTÃ Afresco de Michelangelo, no teto da Capela Sistina, é uma representação simbólica da criação de Adão |
The
Bridgeman Art Library/Getty Images |
A
ORIGEM DO HOMEM Caricatura de Darwin do século XIX: controvérsia no clero |
A Igreja Católica jamais condenou formalmente a teoria de Darwin, embora tenha mostrado certa relutância em aceitá-la nas primeiras décadas após a publicação de A Origem das Espécies, em 1859. A retomada das descobertas genéticas do monge austríaco Gregor Mendel, no século XX, permitiu à ciência comprovar a teoria evolucionista – até então controversa e puramente abstrata. Em 1950, o papa Pio XII afirmou que não há contradição entre a evolução e a doutrina cristã, posição reforçada por João Paulo II, em 1996. "Os primeiros mal-entendidos a respeito da aceitação da teoria da evolução pela doutrina católica referem-se a uma interpretação literal da narração bíblica da criação", disse a VEJA Rafael Martínez, sacerdote espanhol e professor de história da ciência da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma. "Hoje sabemos que a sabedoria divina criou o mundo utilizando as forças da natureza."
A aversão atual às idéias de Darwin deve-se a um grupo de religiões, como algumas confissões de batistas, metodistas e pentecostais, que permanece preso à leitura ao pé da letra da origem do universo contida na Bíblia. São os criacionistas, um grupo minoritário, mas bem instalado em algumas regiões dos Estados Unidos. Felizmente, sua influência é diminuta fora do país, exceto por alguns casos pontuais, como o de Michael Reiss. Que assim continue.
Fonte: Veja, 24/09/2008
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