terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Alimentos e evolução humana

Mudança alimentar foi a força básica para sofisticação física e social

William R. Leonard

Fósseis indicam que nossos antepassados mais antigos, os australopitecos, eram, há cerca de quatro milhões de anos, bípedes. No caso do A. afarensis (à direita), um dos mais antigos hominídeos, as características incluem o arco dos pés, o polegar não-opositivo e certas características dos joelhos e da pelve. Esses hominídeos, porém, mantiveram algumas características dos macacos como pernas curtas, braços mais longos e dedos dos pés e das mãos curvados, entre outros aspectos
Humanos, estranhos primatas. Andamos sobre duas pernas, possuímos cérebros enormes e colonizamos cada canto da Terra. Antropólogos e biólogos procuraram sempre entender como a nossa raça diferenciou-se tão profundamente do modelo primata. Foram desenvolvidos, ao longo dos anos, todos os tipos de hipóteses, visando explicar cada uma dessas particularidades. Um conjunto de evidências, porém, indica que essas idiossincrasias mistas de humanidade têm, na realidade, uma linha em comum: elas são, basicamente, o resultado da seleção natural, atuando para maximizar a qualidade dietética e a eficiência na obtenção de alimentos. Mudanças na oferta de alimentos parecem ter influenciado fortemente nossos ancestrais hominídeos. Assim, em um sentido evolutivo, somos o que comemos.

Conseqüentemente, o que comemos é ainda uma outra forma pela qual nos diferenciamos de nosso parente primata. Populações de humanos contemporâneos pelo mundo afora, adotam dietas mais calóricas e nutritivas que aquelas de nossos primos, os grandes macacos. Então, quando e como os hábitos alimentares de nossos ancestrais divergiram dos hábitos de outros primatas? Além disso, quanto os humanos modernos se distanciaram do padrão alimentar ancestral?

O interesse científico na evolução das necessidades nutricionais humanas tem uma longa história. Investigações relevantes começaram a ganhar espaço a partir de 1985, quando S. Boyd Eaton e Melvin J. Konner, da Emory University, publicaram um artigo no New England Journal of Medicine intitulado "Nutrição Paleolítica". Eles argumentam que a prevalência de muitas doenças crônicas nas sociedades modernas - entre elas obesidade, hipertensão, doenças coronarianas e diabetes - seriam o resultado de uma incompatibilidade entre padrões dietéticos modernos e o tipo de dieta que nossa espécie desenvolveu para se alimentar como caçadores-coletores pré-históricos.

Desde então, a compreensão da evolução das necessidades nutricionais humanas tem avançado consideravelmente - graças, em parte, às análises comparativas entre populações de humanos vivendo tradicionalmente e outros primatas -, emergindo daí um retrato com mais nuances. Sabemos, agora, que os humanos evoluíram não para subsistirem com uma dieta paleolítica única, mas para desfrutarem de um padrão alimentar diversificado.

Os cérebros ficaram maiores e cada vez mais, ao longo do tempo, energeticamente exigentes. O cérebro humano moderno responde por 10 a 12% da demanda de energia de um corpo em repouso, comparada ao cérebro do australopiteco.
Para se compreender o papel da alimentação na evolução humana, devemos nos lembrar de que a procura pelo alimento, seu consumo e, finalmente, como ele é usado para processos biológicos são, todos, aspectos críticos da ecologia de um organismo. A energia dinâmica entre organismos e seus ambientes, ou seja, a energia despendida comparada à energia adquirida, tem conseqüências adaptativas importantes para a sobrevivência e reprodução. Esses dois componentes da aptidão darwiniana refletem-se na forma como estimamos o estoque de energia de um animal. A energia de manutenção é o que mantém um animal vivo. A energia produtiva está associada à concepção e manutenção da prole para a próxima geração. Para mamíferos, isso deve cobrir as demandas das mães durante a gravidez e lactação.

O tipo de ambiente que uma criatura ocupa irá influenciar a distribuição de energia entre esses componentes, em que condições mais duras representam, obviamente, maiores dificuldades. No entanto, o objetivo de todos os organismos é o mesmo: assegurar a reprodução, visando garantir, a longo prazo, o sucesso das espécies. Portanto, ao observarmos a forma como os animais se deslocam para obter a energia alimentar, podemos compreender melhor como a seleção natural produz a mudança evolutiva.

Tornando-se bípedes

Sem excessão, os primatas não-humanos deslocam-se habitualmente sobre os quatro membros quando estão no chão. Os cientistas geralmente assumem que o último ancestral comum dos humanos e dos chimpanzés (nosso parente vivo mais próximo) também era um quadrúpede. Desconhecemos quando, exatamente, o último ancestral comum viveu. Mas indicações claras de bipedalismo - a característica que distinguiu os antigos humanos dos outros macacos - são evidentes nas espécies mais antigas conhecidas do australopitecus, que viveu na África por volta de 4 milhões de anos atrás. Idéias sobre a evolução do bipedalismo são comuns na literatura paleoantropológica.

C. Owen Lovejoy, da Kent State University, propôs, em 1981, que a locomoção sobre as duas pernas liberou os braços para carregar crianças e objetos. Recentemente, Kevin D. Hunt, da Indiana University, sugeriu que o bipedalismo emergiu como uma postura de alimentação, por ter permitido o acesso a alimentos que antes estavam fora de alcance. Peter Wheeler, da John Moores University, Liver- pool, acrescentou que, ao se erguerem, os antigos humanos puderam regular melhor a temperatura corporal, expondo menos o corpo ao calor abrasador africano.
A lista continua. Uma série de fatores provavelmente influenciou esse tipo de locomoção. Minha própria pesquisa, conduzida em colaboração com minha esposa, Márcia L. Robertson, sugere que o bipedalismo desenvolveu-se em nossos ancestrais, pelo menos em parte, por ser menos dispendioso energeticamente que o deslocamento sobre quatro membros. Nossas análises dos custos de energia do movimento em animais demonstraram que, no geral, a maior demanda depende do peso do animal e da velocidade com que ele se desloca. O mais surpreendente no movimento bipedal humano é que ele é notadamente mais econômico que o deslocamento quadrupedal em velocidade de marcha.

A evolução maior dos primeiros hominídeos ocorreu em pastos e espaços de terra mais abertos, onde a sustentação é mais difícil. Sem dúvida, os caçadores-coletores humanos modernos que vivem nesses ambientes, e que nos oferecem o melhor modelo disponível dos padrões de subsistência dos humanos primitivos, freqüentemente se deslocam 12 km por dia em busca de alimentos.

Quanto aos hominídeos que viveram entre 5 milhões e 1,8 milhão de anos atrás, durante o Plioceno, a mudança climática estimulou essa revolução morfológica. À medida que o continente africano foi se tornando mais árido, florestas deram lugar a pastos, deixando os recursos alimentares distribuídos mais irregularmente.

O bipedalismo, nesse contexto, pode ser visto como uma das primeiras estratégias na evolução nutricional humana, um padrão de movimento que teria reduzido substancialmente o número de calorias despendidas na coleta de alimentos.
O que é extraordinário em nosso cérebro grande, sob uma perspectiva nutricional, é o quanto de energia ele consome- aproximadamente 16 vezes mais que um tecido muscular por unidade de peso. Porém, apesar de os humanos apresentarem, quanto ao peso corporal, cérebros maiores que os dos outros primatas (três vezes maior que o esperado), as necessidades totais de energia em repouso do corpo humano não são maiores que a de qualquer outro mamífero do mesmo porte. Usamos uma grande parte de nossa quota diária de energia para alimentar nossos cérebros vorazes. Na verdade, o metabolismo de um cérebro em repouso ultrapassa de, 20 a 25%, as necessidades de energia de um humano adulto - bem mais que os 8 a 10% observados em primatas não - humanos, e que os 3 a 5% em outros mamíferos.
Baseando-nos nas estimativas de tamanho corporal de hominídeos compiladas por Henry M. McHenry, da University of California, em Davis, Robertson e eu estimamos a proporção das necessidades de energia em repouso que poderiam ser necessárias para alimentar os cérebros de nossos antigos ancestrais. Um australopiteco típico, pesando entre 35 e 40 kg, com um cérebro de 450 cm3, teria reservado cerca de 11% de sua energia em repouso para o cérebro. Enquanto um H. erectus, pesando entre 55 e 60 kg e com um cérebro de cerca de 850 cm3, teria reservado cerca de 16% de sua energia em repouso - ou seja, cerca de 250 das 1.500 kcal diárias - para este órgão.

Como teria evoluído esse cérebro tão energeticamente dispendioso? Uma teoria, desenvolvida por Dean Falk, da State University of New York, Albany, sustenta que o bipedalismo permitiu aos hominídeos resfriar o sangue cranial e, conseqüentemente, liberar o cérebro sensível do calor de temperaturas agressivas que haviam colocado em cheque o seu tamanho. Suspeito que vários fatores estiveram em jogo, mas a expansão do cérebro quase que certamente não teria ocorrido se os hominídeos não tivessem adotado uma dieta suficientemente rica em calorias e nutrientes, para suportar os custos associados.

Estudos comparativos em animais vivos sustentam essa afirmação. Além de todos os primatas, espécies com cérebros maiores ingerem alimentos mais ricos; os humanos são um exemplo extremo dessa correlação, ostentando o maior tamanho relativo de cérebro e a dieta mais variada. Conforme as análises recentes de Loren Cordain, da Colorado State University, os caçadores-coletores contemporâneos obtêm, em média, 40 a 60% de energia da carne, do leite e de outros produtos de origem animal.

Chimpanzés modernos, em comparação, obtêm somente entre 5 e 7% de suas calorias provenientes dessas fontes. Alimentos de origem animal contêm bem mais calorias e nutrientes que a maioria dos alimentos vegetais. Por exemplo, 100 g de carne geram acima de 200 kcal. A mesma quantidade de frutas libera entre 50 e 100 kcal. Uma porção comparável de verduras produz somente entre 10 e 20 kcal. Faz sentido, então, que, para o antigo Homo, adquirir mais matéria cinzenta significou procurar alimentos energeticamente mais densos.
Os fósseis, também, indicam que a melhoria na qualidade dietética acompanhou o crescimento evolutivo do cérebro. Todos os australopitecos apresentavam características esqueléticas e dentais estruturadas para processar alimentos vegetais duros e de baixa qualidade. O australopiteco mais antigo e robusto - um ramo da outra ponta da árvore genealógica humana, que viveu lado a lado com membros de nosso próprio gênero - teve adaptações especialmente pronunciadas para triturar alimentos vegetais fibrosos, in- cluindo faces maciças em forma de prato, mandíbulas fortemente estruturadas; cristas sagitais, no alto do crânio, para a fixação de potentes músculos mastigatórios; e dentes molares enormes e fortemente esmaltados. (Isto não significa que os austrolopitecos nunca comiam carne. Eles certamente ingeriam este alimento, oca- sionalmente, tal como os chimpanzés de hoje.) Mas, membros mais antigos do gênero Homo, descendentes dos graciosos australopitecos, possuíam faces e molares menores, mandíbulas mais delicadas, e não apresentavam cristas sagitais - apesar de serem bem maiores, em termos de porte corporal total, que seus predecessores. Em conjunto, essas estruturas sugerem que o Homo ancestral consumia menos matéria vegetal e mais alimentação animal.

Quanto ao que empurrou o Homo para uma qualidade dietética maior, necessária para o crescimento cerebral, a mudança ambiental parece ter sido, mais uma vez, o ponto de mutação evolucionário. A crescente aridez da paisagem africana limitou a quantidade e variedade de alimentos vegetais comestíveis, disponíveis aos hominídeos. Aqueles na mesma linha que deu origem aos robustos australopitecos enfrentaram morfologicamente esse problema, desenvolvendo especificidades anatômicas que permitiram a subsistência com alimentos de mastigação mais difícil, porém com maior disponibilidade. O Homo percorreu outro caminho. A disseminação de pastos também resultou em um aumento na abundância relativa de mamíferos de pasto, como o antílope e a gazela, criando oportunidades para os hominídeos capazes de explorá-los.

O H. erectus o fez, desenvolvendo a primeira economia caça-e-coleta, em que animais de caça eram uma parte significativa da dieta e os recursos eram compartilhados entre os membros dos grupos de suprimento. Sinais dessa revolução comportamental são visíveis nos registros arqueológicos, que apontam um aumento de carcaças de animais em sítios de hominídeos durante esse período, junto com evidências de que as presas eram abatidas com utilização de utensílios de pedra. Essas mudanças na dieta e comportamento de coleta não tornaram nossos ancestrais exclusivamente carnívoros. Mas, a adição de pequenas porções de comida animal ao cardápio, combinada com a divisão dos recursos que é peculiar aos grupos de caça e coleta, teria significantemente aumentado a qualidade e estabilidade das dietas dos hominídeos. Uma melhor qualidade dietética, por si só, não explica por que os cérebros dos hominídeos cresceram, mas parece ter desempenhado um papel crítico na eclosão daquela mudança. Após um grande estímulo inicial no crescimento do cérebro, a dieta e a expansão desse órgão provavelmente interagiram em sinergia; cérebros maiores produziram comportamento social mais complexo, o que conduziu a outras estratégias em táticas de suprimento e a uma melhor alimentação que, por sua vez, fomentou a evolução adicional do cérebro.

Um banquete itinerante

A evolução do h. erectus na África, 1,8 milhão de anos atrás, marcou a terceira virada na evolução humana: o movimento inicial dos hominídeos para fora da África. Até recentemente, a localização e as idades dos sítios fósseis conhecidos sugeriam que os primeiros Homo permaneceram sedentários por poucas centenas de milhares de anos antes de se aventurarem a espalhar-se pelo resto do Velho Mundo.

O êxodo africano começou tão logo o H. erectus se desenvolveu, por volta de 1,8 milhão de anos, em parte, provavelmente, porque ele precisava de um espaço maior que seus predecessores de menor porte.
Estudos antigos indicaram que o aperfeiçoamento da tecnologia de ferramentas, cerca de 1,4 milhão de anos atrás - ou seja, o advento do machado de mão acheliano -, permitiu aos hominídeos deixar a África. Porém, o geocronologista Carl Swisher III, da Rutgers University, e colegas têm demonstrado que os primeiros sítios do H. erectus fora da África, situados na Indonésia e na República da Geórgia, datam de 1,8 milhão e 1,7 milhão de anos atrás, respectivamente. Parece que o surgimento do H. erectus e sua disseminação fora da África foram quase que simultâneos.

O ímpeto por trás dessa nova maneira de errar pelo mundo, novamente, parece ter sido o alimento. O que um animal come é o que define a área que ele demanda para sobreviver. Animais carnívoros geralmente necessitam de muito mais território que os herbívoros de porte compatível, pois têm menos calorias totais disponíveis por unidade de área.Sendo o H. erectus mais encorpado e cada vez mais dependente de dieta animal, provavelmente precisaria de uma gleba maior que os australopitecos, menores e mais vegetarianos. Utilizando dados de primatas contemporâneos e de humanos caçadores-coletores como guia, Robertson, Susan Antón, da Rutgers University, e eu calculamos que a estrutura corporal maior do H. erectus, combinada com o aumento moderado de consumo de carne, demandaria de 8 a 10 vezes mais território se comparado ao espaço requerido pelo tardio australopiteco - suficiente para explicar a abrupta expansão de espécies fora da África. Ainda não sabemos exatamente a que distância, para além do continente, esta mudança teria levado o H. erectus, mas eles podem ter sido motivados e guiados a essas terras distantes por rebanhos de animais migratórios.

Ao mudarem para latitudes nórdicas, os humanos encontraram novos desafios alimentares. Os neandertais, que viveram durante as últimas eras de gelo na Europa, estiveram entre os primeiros humanos a habitar a região ártica, e eles, quase que certamente, teriam necessitado de uma oferta calórica maior para viver sob aquelas circunstâncias. Pistas de quais teriam sido essas demandas de energia são fornecidas por dados de populações humanas tradicionais que habitam hoje as regiões árticas. As populações siberianas de criadores de rena, conhecidas como evenki - que estudei com Peter Katzmarzyk, da Queen\\`s University, Ontário, e Victoria A. Galloway, da University of Toronto, ambas no Canadá - e as populações de inuits (esquimós) do Canadá Ártico apresentam índices de metabolismo em repouso 15% acima do observado em pessoas de porte similar vivendo em ambientes temperados.

As atividades energeticamente mais dispendiosas associadas à vida em um clima nórdico elevaram a demanda calórica. Na verdade, enquanto um homem americano pesando 73 kg e levando uma vida urbana necessita de cerca de 2.600 kg por dia, um diminuto homem evenki pesando 57 kg, necessita de mais de 3 mil kcal/dia para se sustentar. Usando essas populações nórdicas modernas como referência, Mark Sorensen, da Northwestern University, e eu estimamos que os neandertais, provavelmente, teriam necessitado de cerca de 4 mil kcal/dia para sobreviver. Por terem sido capazes de preencher essas demandas, e pelo longo tempo que o fizeram, muito sobre suas habilidades como coletores é revelado (ver box).
Dilemas Modernos

Assim como as pressões para melhorar a qualidade alimentar influenciaram a evolução dos primeiros humanos, também esses fatores desempenharam um papel crucial nas expansões mais recentes do tamanho populacional. Inovações como cozimento, agricultura e mesmo aspectos da tecnologia alimentar moderna podem, todos, ser considerados táticas para elevar a qualidade da dieta humana. Cozinhar, por um lado, aumenta a energia disponível em alimentos vegetais selvagens (ver box da pág. 80). Com o advento da agricultura, os humanos começaram a manipular espécies de plantas marginais, visando maior produtividade, digestibilidade e conteúdo nutricional - tornando as plantas essencialmente mais próximas dos alimentos animais. Esse tipo de improviso continua hoje, com a manipulação genética de espécies para a produção de "melhores" frutas, vegetais e grãos. Da mesma forma, o desenvolvimento de suplementos nutricionais, que substituem refeições, é uma continuação da tendência iniciada por nossos ancestrais: obter o máximo de retorno nutricional, no menor volume e com o mínimo esforço físico.

A estratégia evidentemente funcionou: os humanos estão aqui hoje, e em números recordes. O testamento mais contundente, porém, da importância de alimentos ricos em energia e nutrientes na evolução humana, talvez esteja na observação de que tantas preocupações com a saúde, que atormentam as sociedades em todo o planeta, tenham origem nos desvios da dinâmica energética estabelecida por nossos ancestrais. Para as crianças em populações rurais de regiões em desenvolvimento, dietas de baixa qualidade resultam em crescimento físico deficiente e altas taxas de mortalidade nos primeiros anos de vida. Nesses casos, os alimentos oferecidos às crianças após o desmame não são, em geral, nutritivos e energeticamente fortes o suficiente para suprir as extensas necessidades associadas a esse período. Apesar de essas crianças, ao nascerem, apresentarem altura e peso tipicamente similares às de crianças norte-americanas, por exemplo, são menores e mais leves por volta dos três anos, assemelhando-se, freqüentemente, aos pequenos 2 ou 3% das crianças norte-americanas da mesma idade e sexo.

Estamos encarando o problema oposto no mundo industrial: os registros de obesidade na infância e na vida adulta estão crescendo, porque nosso desejo por alimentos ricos em energia - notadamente aqueles que incluem gordura e açúcar - tornaram-se muito disponíveis e relativamente baratos. Conforme estimativas recentes, mais da metade dos adultos norte-americanos estão acima do peso. A obesidade também apareceu em algumas re giões em desenvolvimento, onde, até há uma geração, era virtualmente desconhecida. Esse aparente paradoxo surgiu quando pessoas que cresceram malnutridas se mudaram das áreas rurais para lugares urbanos, onde o alimento tem disponibilidade imediata. A obesidade e outras doenças comuns do mundo moderno, de alguma forma, são extensões de um contexto que começou há milhões de anos. Nós somos vítimas de nosso próprio sucesso evolutivo, desenvolvendo uma dieta calórica concentrada, mas minimizando a quantidade de energia de manutenção despendida em atividade física.

Não foram somente as mudanças na dieta que difundiram muitos dos nossos problemas de saúde, mas a interação entre trocas alimentares e mudanças no estilo de vida. Os problemas de saúde modernos são, com freqüência, retratados como o resultado da ingestão de alimentos "ruins", que são desvios da dieta humana natural - uma supersimplificação incorporada pelo debate atual sobre os méritos relativos de uma dieta superprotéica e rica em gorduras tipo-Atkins, ou uma alternativa pobre em gorduras, que enfatiza carboidratos complexos.
Essa é uma visão fundamentalmente equivocada de se enfocar as necessidades nutricionais humanas. A nossa espécie não está apta a subsistir com uma dieta única e ideal. O que é singular nos seres humanos é a extraordinária variedade do que comemos. Fomos capazes de prosperar em quase todos os ecos- sistemas sobre a Terra, consumindo desde alimentos de origem animal, entre as populações do Ártico, até, basicamente, tubérculos e cereais, entre as populações dos Andes. Sem dúvida, um marco da evolução humana tem sido a diversidade de estratégias que desenvolvemos para criar dietas adequadas às nossas necessidades, e a sempre crescente eficiência com que extraímos energia e nutrientes do ambiente. O desafio que as sociedades enfrentam agora é o balanceamento entre as calorias que consumimos e as que queimamos.

O cozimento de vegetais, especialmente tubérculos, permitiu a expansão do cérebro, argumentam Richard Wrangham, da Harvard University, e colaboradores
A ingestão de mais alimentos de origem animal é uma forma de aumentar a densidade calórica e nutricional, uma mudança que parece ter sido crítica na evolução da raça humana. Mas poderiam nossos antepassados ter melhorado a qualidade alimentar de outra forma? Richard Wrangham, da Harvard University, e colegas recentemente pesquisaram a importância do cozimento na evolução humana. Eles demonstraram que cozinhar não só faz com que os vegetais fiquem mais macios e fáceis de se mastigar, como aumenta substancialmente o conteúdo energético disponível, particularmente em tubérculos feculosos como a batata e a mandioca. Quando crus, as féculas não são imediatamente quebradas pelas enzimas do corpo humano. Quando aquecidos, porém, esses carboidratos complexos tornam-se mais digestíveis e, portanto, liberam mais calorias.
Os pesquisadores propuseram que o Homo erectus foi, provavelmente, o primeiro hominídeo a usar o fogo para cozinhar há, talvez, 1,8 milhão de anos.

Eles sustentam que aquele cozido antigo de vegetais (especialmente tubérculos) permitiu à espécie desenvolver dentes pequenos e cérebros maiores que seus antecessores.
Além disso, as calorias extras permitiram ao H. erectus começar a caçar - uma atividade energeticamente dispendiosa - com maior freqüência.
Sob uma perspectiva energética, essa é uma linha suficientemente lógica de raciocínio. O que fica difícil de aceitar nessa hipótese é a evidência arqueológica que a equipe de Wrangham utiliza para defendê-la. Os autores citam sítios do leste africano, Koobi Fora e Chesowanja, datados em torno de 1,6 e 1,4 milhão de anos, respectivamente, para indicar o controle do fogo pelo H. erectus. Esses locais, realmente, mostram evidências de fogueiras, mas se hominídeos foram os responsáveis por essas fogueiras é um assunto a ser debatido. A mais antiga e inequívoca manifestação do uso do fogo - fornos de pedra e ossos de animais queimados em sítios na Europa - datam somente de cerca de 200 mil anos.

O cozimento foi claramente uma inovação que melhorou substancialmente a qualidade da alimentação humana. Mas ainda continua incerto quando essa prática apareceu. - W. R. L.

As refeições neandertais consistiam principalmente em carne, de acordo com análises químicas de ossos
Para reconstruir o que os primeiros humanos comeram, pesquisadores têm, tradicionalmente, estudado sinais característicos em dentes fossilizados e crânios, restos arqueológicos de atividades relacionadas à alimentação, e às dietas de humanos e macacos vivos. Mas, cada vez mais, os investigadores estão extraindo uma outra fonte de dados; a composição química de fósseis de ossos. Essa abordagem tem permitido descobertas especialmente intrigantes com relação aos neandertais.

Michael Richards, atualmente na University of Bradford, Inglaterra, e colegas examinaram, recentemente, isótopos de carbono (13C) e nitrogênio (15N) em ossos de neandertais de 29 mil anos da Caverna Vindija, Croácia. As proporções relativas desses isótopos na parte protéica do osso humano, conhecida como colágeno, refletem diretamente a quantidade de proteína da dieta do indivíduo. Assim, pela comparação isotópica das "assinaturas" nos ossos dos neandertais com a de outros animais vivendo no mesmo ambiente, os autores puderam determinar se a massa protéica obtida pelos neandertais era proveniente de vegetais ou animais. As análises demonstram que os neandertais de Vindija apresentavam níveis de 15N comparáveis àqueles vistos em carnívoros do norte, como as raposas e os lobos, indicando que eles obtiveram quase toda sua proteína dietética de alimentos de origem animal. Um trabalho anterior sugeriu que a ineficiência no suprimento pode ter sido um fator do subseqüente fim dos neandertais. Mas Richard e colaboradores argumentam que, para consumir tanto alimento de origem animal, como eles aparentemente o fizeram, os neandertais devem ter sido caçadores exímios. Essas descobertas são parte de um corpo crescente de literatura, sugerindo que o comportamento de subsistência dos neandertais era mais complexo que o previamente imaginado (ver "Who Were the Neandertals?" de Kate Wong; SCIENTIFIC AMERICAN, Abril 2000). - W. R. L.
A ariedade de estrtégias alimentares de sucesso, empregadas pelas populações que vivem tradicionalmente, proporcionam uma perspectiva importante no avanço dos debates sobre como regimes com índices altos de proteína e baixos de carboidrato, como a dieta de Atkins, comparam-se com os que destacam carboidratos complexos e restrição à gordura. Não é surpresa o fato de que esses dois esquemas produzem perda de massa, porque ambos ajudam as pessoas a diminuir o peso através do mesmo mecanismo básico: limitando as maiores fontes de calorias. Quando você cria um déficit de energia - ou seja, quando você consome menos calorias do que despende -, seu corpo começa a queimar seus estoques de gordura e você perde peso.

Uma questão maior sobre as dietas saudáveis de manutenção ou de perda de peso é se elas criam padrões alimentares mantidos ao longo do tempo. Nesse ponto, parece que as dietas que limitam em excesso grandes categorias de alimentos (carboidratos, por exemplo) são muito mais difíceis de serem mantidas que as dietas que restringem moderadamente. No caso do regime tipo - Atkins, existe uma preocupação com as potenciais conseqüências, a longo prazo, da ingestão de alimentos provindos, em sua maior parte, de animais confinados, com tendência a conter mais gordura e mais colesterol "ruim".
Em setembro, o National Academy of Science Institute of Medicin lançou novas diretrizes de dieta e exercício que captam bem as idéias apresentadas aqui. Não apenas o Instituto estabeleceu faixas maiores para a quantidade de carboidratos, gorduras e proteínas condizentes com uma dieta saudável - reconhecendo que existem várias formas de suprir as necessidades nutricionais -, como dobrou a quantidade recomendada de atividade física moderadamente intensa para uma hora por dia. Ao seguir essas informações e balanceando o que comemos com exercícios, podemos viver não só de uma forma parecida com os evenki da Sibéria e outras sociedades tradicionais, como também com os nossos ancestrais hominídeos. - W. R. L.
- As características que mais distinguem os humanos de outros primatas são, certamente, os resultados da seleção natural, agindo no melhoramento da qualidade da alimentação humana, e a eficiência com que nossos ancestrais obtiveram os alimentos. Alguns cientistas sugeriram que muitos dos problemas de saúde enfrentados pelas sociedades modernas seriam conseqüências de uma discrepância entre o que ingerimos e o que nossos antepassados comeram.

- Estudos entre populações que vivem tradicionalmente apontam que os humanos modernos estão aptos a suprir suas necessidades nutricionais usando uma ampla variedade de estratégias. Adquirimos flexibilidade alimentar. A preocupação com a saúde no mundo industrial, em que alimentos calóricos concentrados estão facilmente disponíveis, não se originam de desvios de uma dieta específica, mas de um desequilíbrio entre a energia que consumimos e a que despendemos.
Evolutionary Perspectives on Human Nutrition: The Influence of Brain and Body Size on Diet and Metabolism. William R. Leonard e Marcia L. Robertson in American Journal of Human Biology, Vol. 6, páginas 77- 88; Janeiro de 1994.

Rethinking the Energetics of Bipedality. William R. Leonard e Marcia L. Robertson in Current Anthropology, Vol. 38, páginas 304 - 309;abril de 1997.

Human Biology: An Evolutionary and Biocultural Approach. Editado por Sara Stinson, Barry Bogin, Rebecca Huss-Ashmore e Dennis O\\`Rourke. Wiley-Liss, 2000.

Ecology, Health and Lifestyle Change among the Evenki Herders of Siberia. William R. Leonard, Victoria A. Galloway, Evgueni Ivakine, Ludmilla Osipova e Marina Kazakovtseva in Human Biology of Pastoral Populations. Editado por William R. Leonard and Michael H. Crawford. Cambridge University Press, 2002.

An Ecomorphological Model of the Initial Hominid Dispersal from

29 comentários:

  1. A alimentação é uma das peças chaves da evolução, porém não podemos esquecer que a evolução não ocorre somente por isso. A variedade de disponibilidade de alimentos vai modificando cada vez mais o homem moderno, uns estão obesos(e mal nutridos), desnutridos, em forma, outros com pouco gasto de energia. Isso se difere dos nossos ancestrais, que inicialmente, ao sentirem fome iam a procura de alimentos, posteriormente cultivando e domesticando animais, e foram evoluindo até chegar ao homem moderno que possuem uma grande diversidade de alimentos com alta carga energética. Com essa evolução da alimentação, segundo autores citados no texto, o cérebro foi aumentando, o corpo se modificando bem como os comportamentos foram se moldando, de acordo com as necessidades que iam aparecendo. E com isso, a seleção natural foi se modificando aos poucos, pois a medida que o homem evolui, as competições também iam se reduzindo, os recursos ficando mais disponíveis e o homem se adaptando aos diferentes ambientes ao longo de sua migração, que dizem ter iniciando com o H. Erectus saindo da África a procura de alimentos.
    Vale ressaltar que a flexibilidade alimentícia existente hoje, não significa dizer que o homem possui uma alimentação eficiente, muitos problemas de saúde surgem devido a má alimentação, e o homem precisa saber diferenciar e balancear suas fontes energéticas. Pois, "somos o que comemos!"

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  2. Há dois milhões de anos atrás, alterações no comportamento e qualidade alimentar ajudou a fornecer a energia e nutrição para apoiar o rápido desenvolvimento do corpo e tamanho do cérebro dos nossos antepassados. Hoje, os humanos modernos utilizam quase um quarto das suas necessidades energéticas a alimentar os cérebros, consideravelmente mais que qualquer outro primata ou mamíferos. De forma a apoiar o alto custo energético dos cérebros, os seres humanos consomem dietas muito mais ricas em calorias e nutrientes do que a dos outros primatas. Contudo, a transição de um estilo de vida de subsistência para a modernidade sedentária, criou desequilíbrios energéticos cujo crescimento exponencial aumentou rapidamente – em termos evolutivos – nos últimos anos e com graves repercussões na obesidade e carências de nutrição humana. Dessa forma, se ver a grande modificação do homem, seja no cérebro ou no corpo.

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  3. Dentre as principais preocupações dos seres humanos (como também dos seres vivos em geral) é se alimentar para conseguir realizar as outras atividades tão importantes da vida (sobreviver, reproduzir, etc.). É interessante a análise feita no texto de como está intrínseco em nós a busca para se adaptar às mais diversas situações para não comprometer a alimentação, ou seja, o ganho energético. Não só isso, mas como essa busca influenciou ao longo da história diversos aspectos como as migrações e as adaptações do corpo (tamanho do cérebro).
    Entretanto, não sabemos administrar os nossos ganhos energéticos desde os nossos antepassados. Podemos observar hoje que enquanto uns tem tanta disponibilidade de alimento e ficam doentes por esse motivo, outros tem tão pouco e morrem por conta disso (um exemplo é a África, onde supostamente o "homem" evoluiu, não é estranho?!). Quem sabe se voltássemos à época do H. erectus, onde "os recursos eram compartilhados entre os membros dos grupos de suprimento", essas discrepâncias fossem findadas.

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  4. A alimentação é um ponto chave pra a vida, como percebemos no texto, nossos descendentes tiveram hábitos bem distintos dos atuais. E ao analisarmos esse contexto, considerando que o ser humano está em constante evolução, surge o seguinte questionamento, o modo como às pessoas se alimentam poderá refletir que possíveis mudanças evolutivas? Vejo que hoje as pessoas estão procurando mais o bem estar físico estético, por mais que o consumo de alimentos "ruins" tenha aumentado significativamente, uma grande maioria já se conscientizou sobre o risco a saúde. Mas não podemos considerar apenas a atitude de conscientização pessoal, visto que as mudanças ocorridas no meio ambiente, provindas da ação antrópica influenciarão de forma significativa as condições de vida, o que poderá mudar em curto prazo a rotina alimentar do ser humano.

    Leonésia Leandro, 6º período.

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  5. Diante de tantas mudanças que vieram acontecendo ao longo dos tempos em nossa alimentação, na qual muitos estudos mostram que temos muitas opções para que tenhamos uma boa saúde por meio de uma alimentação equilibrada, não é isso que está acontecendo, pois em tempos anteriores quando não se tinha muito conhecimento como se tem hoje do que faz ou não bem à nossa saúde, está havendo um maior número de mortes, causadas muitas das vezes pela má alimentação, mesmo o ser humano sabendo que a utilização de alimentos que não são ricos em nutrientes e vitaminas dentre outros responsáveis pelo bom funcionamento do nosso corpo, continuam se alimentando de maneira errada, e existem também aquelas pessoas as quais se alimentam de forma errada por não terem condições sendo ela financeira ou não para que possam ter uma alimentação equilibrada. O mundo é assim enquanto uns não se alimentam de forma correta por que não querem outros por não poder.

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  6. A alimentação como já foi dito é de grande importância para todas as espécies existentes e por ter esse valor à alimentação fez com o ser humano se adaptasse tanto a diversificada alimentação encontrada no momento como também a forma de adquirir esse alimento, ou seja, evoluindo tanto internamente como externamente desenvolvendo as características mais desejadas.
    Samuel Alves 7º período.

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  7. A evolução alimentar fez parte da evolução do homem trazendo aspectos que diferenciaram cada espécie e possibilitou o aparecimento de características que os distinguiram de outros animais. A alimentação é essencial para o ser humano e o tipo de alimento consumido fez parte da classificação do ser humano durante muitos anos. A evolução do homem, além de outros aspectos, também se deu através da sua forma de se alimentar. Com o passar do tempo os homens foram adquirindo hábitos alimentares que os distinguiam entre grupos. A caça e a coleta de alimentos fizeram parte da vida desses homens e a evolução alimentar, ou seja, as novas formas de se alimentar foram se desenvolvendo a partir do seu próprio desenvolvimento como ser humano. Doenças e problemas de saúde eram relacionados com a forma de se alimentarem, tornando-os mais frágeis e sujeitos a morte. Do alimento comido cru e da coleta de frutos e raízes até o surgimento do fogo e da agricultura o homem teve que desenvolver hábitos alimentares que possibilitaram ou não seu avanço, sua mudança física e comportamental que o distinguiu dos outros grupos. Essa troca, mudança alimentar, mudou também seu estilo de vida. Uma aquisição de hábitos mais saudáveis foi se formando e o homem passou a viver adequando os alimentos a serem consumidos, lembrando que isso vale para os dias de hoje. Hoje, com certeza, somos o que comemos e a nossa saúde depende muito dos nossos hábitos saudáveis de alimentação para que não ocorra problemas de saúde futuras doenças.

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  8. A alimentação é importantíssima para o desenvolvimento de qualquer ser vivo existente.Os alimentos do homem caçador e coletor tiveram como base a carne, frutos e oleaginosas. Com o passar dos anos foram surgindo adaptações para facilitar a caça, pois as condições em que a evolução humana se deu permitiram que o homem desenvolvesse sua inteligência para compensar seus desvantajosos atributos físicos. Essa aquisição de hábitos mais saudáveis foi se formando e o homem passou a viver adequando os alimentos a serem consumidos, lembrando que isso vale para os dias de hoje.Contudo, a transição de um estilo de vida de subsistência para a modernidade sedentária, criou desequilíbrios energéticos cujo crescimento exponencial aumentou rapidamente – em termos evolutivos – nos últimos anos e com graves repercussões na obesidade e carências de nutrição humana. Dessa forma, se ver a grande modificação do homem, seja no cérebro ou no corpo.
    E essas modificações depende dos alimentos consumidos, pois somos o que comemos!

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    1. Todo ser vivo necessita de alimentos para sobreviver, com o ser humano não é diferente. os seus hábitos alimentares foram mudando conforme evoluiu, em busca de energia para suas atividades que exigia muito esforço, até mesmo a busca do próprio alimento não era uma atividade simples.com o desenvolvimento da agricultura , a industrialização e a modernidade o acesso ao alimento tornou-se mais fácil e variado e o consumo por sua vez causando problemas de saúde, obesidade dentre outros.portanto o organismo humano não mudou muito,o que realmente surgiram foram novos estilos de vida,ingerindo vários alimentos, armazenando energia e movendo-se pouco.Lucicleide Ferraz 7º semestre

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  9. Todo ser vivo necessita de alimentos para sobreviver, com o ser humano não é diferente. os seus hábitos alimentares foram mudando conforme evoluiu, em busca de energia para suas atividades que exigia muito esforço, até mesmo a busca do próprio alimento não era uma atividade simples.com o desenvolvimento da agricultura , a industrialização e a modernidade o acesso ao alimento tornou-se mais fácil e variado e o consumo por sua vez causando problemas de saúde, obesidade dentre outros.portanto o organismo humano não mudou muito,o que realmente surgiram foram novos estilos de vida,ingerindo vários alimentos, armazenando energia e movendo-se pouco.luciclede Ferraz

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  10. É uma viagem! O autor desse texto e outros cientistas acreditam que a alimentação a base de nutrientes e outras variações foi o que nos diferenciou dos primatas e que foi a responsável pelo aumento do nosso cérebro e por nos tornarmos bípedes.
    Ah, também tem o fato deles argumentarem que as doenças crônicas tipo, a diabete e a obesidade se deve ao motivo da incompatibilidade de substituirmos a dieta paleolítica única por um padrão alimentar diversificado.
    Eu discordo, por que não acredito na teoria da macro-evolução e como é uma teoria pode ser refutada a qualquer momento.

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  11. A partir da leitura desse texto entende-se que o papel da alimentação na evolução humana se deu desde os tempos antepassados até os dias de hoje. Assim, a alimentação é baseada no consumo que se precede de maneira energética nutricional contribuindo assim essencialmente para a sobrevivência e reprodução dos seres existentes na humanidade.

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  12. É por meio do alimento que o ser humano retira os nutrientes para a sustentação de seu organismo e da sua combinação depende um corpo saudável ou doente. A história da alimentação é antiga. Acredita-se que o homem teria começado a se alimentar de frutos e raízes após observar o comportamento de outros animais. O homem de Neanderthal parece ter sido antropófago, segundo a análise de fósseis. Acredita-se que a primeira “sobremesa” tenha sido o mel de abelhas, que já existia há milhões de séculos antes do homem. Com a evolução da espécie, começou a ingerir carne crua e moluscos, até que aprendeu a assar e cozinhar com o domínio do fogo. Estudos mostram que o homo sapiens, por exemplo, alimentava-se de carne de caça, que eram abatidas diariamente e assadas. Os alimentos ajudaram a evoluir os seres, mas também de a cordo com sua evolução os modos alimentares também foram se modificando durante o tempo assim ajudando a contribuir na sobrevivência e descendência dos seres.

    Luana Carvalho - 6º período

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  13. Somos o que comemos. Frase que serve de reflexão para o baixo consumo de frutas, legumes, verduras e laticínios e alto consumo de gorduras saturadas e açúcar. Essa é o tipo de alimentação da maioria da população contemporânea, a consequência disto, é a prevalência de muitas doenças cronicas e entre elas a obesidade que hoje em dia é muito comum.
    As indústrias, os fast food também estão associados com essas mudanças alimentares, por causa dos alimentos conservantes, e que trazem muita facilidade para o dia a dia. O homem tem que ter em mente, que uma boa alimentação é necessário para uma melhor qualidade de vida.

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  14. Evolução é adaptação pensando assim é que podemos dizer que através de uma boa alimentação os seres humanos podem se adaptar a vários tipos de ambiente, pois essa alimentação facilita e garante a sobrevivência dos mesmos. Os alimentos fazem parte do bom funcionamento do corpo de da mente. Sendo assim quanto mais o ser humano consumir alimentos de boa qualidade será melhor para o corpo e para o cérebro e também para evolução humana.

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  15. A evolução alimentar fez parte da evolução de muitos seres vivos, proporcionando mudanças estéticas que os diferenciaram até da própria espécie (variedades intraespecíficas) lá fui eu pra ecologia de novo. É claro que com a descoberta do fogo e de novas ferramentas a forma de se alimentar também ia mudar. Ainda hoje relacionamos algumas doenças com a forma que nos alimentamos. E a pergunta que não quer calar: somos o que comemos ou comemos o que somos???? Adoraria comer caviar no jantar, mas o que sou apenas me permite chupar rapadura. kkkkkk

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  16. É fato que alimentação está atrelada a evolução dos seres vivos em geral segundo a Ciências, a paleontologia humana mostra curiosamente que a melhoria na qualidade da alimentação acompanhou um crescimento evolutivo do cérebro. Todos os australopitecos estudados apresentavam características esqueléticas e dentais estruturadas para processar alimentos vegetais duros e de baixa qualidade energética. Certamente ingeriam carne ocasionalmente, tal como os chimpanzés de hoje, e estudos em membros mais antigos do gênero Homo sugerem que o Homo ancestral consumia menos matéria vegetal e mais animal.Sendo assim, fica entendido que a alimentação é base fundamental para a vida e reprodução dos seres vivos na Terra.

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  17. Vivemos numa época onde as pessoas não dispõem de tempo para uma alimentação balanceada e muitas vezes caem nos excessos ex: excessos alimentares,excesso de peso corporal, excesso de importância dada a imagem corporal, excesso de sedentarismo (que facilita o acumulo energético corporal), excesso de desequilíbrio, excesso de monotonia, excesso de sal, excesso de gorduras saturadas, excesso de açúcares, excesso de doença alimentar, excesso de falta de tempo para dedicar a alimentação e conseqüentemente acabamos por atrair maior numero de doenças como por ex: obesidade, colesterol elevado, gastrite, diabetes, hipertensão entre outras.

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  18. A alimentação é um dos critérios que favorecem para a evolução. Nos últimos anos a sociedade vem sofrendo com problemas de saúde e a cada dia é notável o aumento no número de crianças que apresentam problemas relacionados com a má nutrição. Com o aumento populacional o tempo passou a ser um fator crucial para o homem, assim a maioria da população tem optado por uma alimentação que seja mais prática, mesmo sabendo que ela não oferece as vitaminas necessárias para o funcionamento do nosso corpo, trazendo danos para a nossa saúde.

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  19. O artigo ressalta sobre a evolução da alimentação, e claro como tudo tem um processo evolutivo, a alimentação foi um fator que contribuiu, tanto no aspecto físico quanto social. Sem duvida a alimentação de origem animal foi uma forma de aumentar a densidade calórica e nutricional. Outro fator que contribuiu para evolução alimentar foi a agricultura, com suas fontes de carboidrato foi um alimento que contribuiu na reflexão do pensamento, depois que o cérebro dos ancestrais começaram a aumentar de tamanho. Infelizmente a alimentação abusiva na contemporaneidade, não é favorável para provocar o despertar do pensamento humano.
    Rita de Cássia 7º período.

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  20. Alimentação é a ferramenta principal para a sobrevivência , e a mudança alimentar ao longo dos séculos implica na distinção entre os seres humanos, outrora o homem vivia da caça e da pesca, e “corria” atrás do alimento, evolui e passou a plantar e comer do cultivo, a evolução continua e hoje temos uma infinidade de alimentos disponíveis, e nos movimentamos menos, e os distúrbios alimentares causam doenças que se alastram dia a dia, pois a flexibilidade alimentar existente hoje não significa qualidade. E esse é um grande problema.

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  21. A alimentação pode não ser a grande responsável pela evolução, mas contribuiu significamente para esse processo. todo ser vivo necessita de alimento para obter energia e realizar suas atividades. As células necessitam de energia para faer nosso corpo funcionar e nos manter vivos. A alimentação é algo indispensável a qualquer ser vivo. Sem alimento não há vida!

    Iara Dantas 6º período

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  22. Diante do exposto, a alimentação é mais um ponto chave na evolução humana, a partir da necessidade de se alimentar o ser humano teve que desenvolver hábitos que lhes proporcionasse melhor adaptação, esses hábitos foram evoluindo com o passar dos tempos, e por isso essencial para o desenvolvimento do homem. Com isso podemos imaginar que no futuro com hábitos alimentares diferentes e com todas as mudanças que ocorrem a todo instante a tendencia é que o ser humano evolua cada dia mais.

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  23. Acredito que a alimentação tenha influenciado diretamente a evolução da espécie humana. Assim como acredito que a busca por alimento interferiu e interfere na mudança física dos humanos, como citado no texto: mudança no tamanho do cérebro e o tornar-se bípede. Acredito mais, que a condição de sedentários, bípedes e mantenedores de sua alimentação sem o uso demasiado de energia (cozinhar e plantar) permitiu ao ser humano outra evolução, a psicológica, por sinal a mais importante no meu ponto de vista. No mais, achei o artigo interessante, pois ele nos faz refletir sobre o quanto a alimentação pode nos modificar, o quanto a alimentação pode definir e/ou redefinir nosso porte físico. O artigo nos faz pensar: O que estamos comendo? Quem está produzindo nossos alimentos? Para que fins estão produzindo tais alimentos? E por fim, que espécie nos transformaremos se continuarmos comendo tanta comida industrializada, cheia de conservantes e agrotóxicos? Vale a pena refletir!

    Fernanda Santana – 7º período

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  24. o texto nos proporcionou verificar que a alimentação humana variou ao longo da sua evolução contribuiu, mas agora esta prejudicando uma certa quantidade da população que tem acesso a essa alimentação dita saudável, não estamos mas sujeitos a dietas restritas mas quem restrige somos nós determinar o que vamos comer é consciência individual não grupal.

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  25. o texto expôs a importância da alimentação para evolução humana mostrando que a mesma se faz necessária para a desenvolvimento do organismo.Mas o homem nos dias atuais não se preocupa tanto em escolher bem seus alimentos se é que podemos escolher como diz a nossa colega.Por esse motivo acabamos por desenvolver doenças. pois somos o que comemos.E hoje comemos muito o que não devemos ainda que sem saber.

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  26. A alimentação é um dos fatores que mais impulsiona a evolução, mas não o único. A forma de obter e a competição existente para que isso ocorra são fatores entrelaçados a esse alimentação e a sua evolução.

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  27. Podemos definir hoje a alimentação como uma das peças chaves da evolução, porém devemos entender que a evolução não ocorre somente por isso, onde a variedade de disponibilidade de alimentos vai modificando cada vez mais o homem moderno, uns estão obesos, outros desnutridos, e alguns em forma, isso se difere dos nossos ancestrais, que no inicio, ao sentirem fome buscavam seus de alimentos, e no decorrer da evolução passaram a cultivar seu proprio alimento e atualmente possuem uma grande diversidade de alimentos com alta carga energética. Com essa evolução da alimentação o cérebro foi aumentando, o corpo se modificando e os comportamentos foram se moldando, de acordo com as necessidades que iam aparecendo. Assim, a seleção natural foi se modificando, pois a medida que o homem evolui, as competições também iam se reduzindo, os recursos ficando mais disponíveis e o homem se adaptando aos diferentes ambientes.

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  28. Não é mais novidade ouvirmos falar que uma boa alimentação melhora o condicionamento físico do homem, ou de qualquer outra espécie. Com nossos ancestrais esses conceitos também se aplicaram. As variadas formas de alimentação favoreceram ou não algumas espécies, ou seja, grupos que tinham a sua disposição uma maior incidência de alimentos ricos em nutrientes, conseguiram se desenvolver melhor que outras espécies que não a tinha. Outra vantagem bastante significativa foi o uso dos pés para locomoção, que facilitou ainda mais a movimentação e exploração de outros territórios.

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