terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Erros sobre Evolução nos X-Men

Por favor Magneto, pare de culpar a evolução por seus problemas!

Divulgação

Em X-Men: First Class, o mais recente filme sobre os populares super-heróis dos quadrinhos, um dos personagens mutantes atende pelo apelido de Darwin, pois tem o poder de adaptação a qualquer ambiente. "Instantaneamente, Darwin se adapta a qualquer ameaça: se atirá-lo na água, ele criará brânquias; se acertá-lo com um taco sua pele se transformará em placas blindadas.

Biólogos presentes nas salas de cinema podem dizer que essa forma de evolução é mais ou menos o oposto do que Charles Darwin propôs em sua teoria da seleção natural, e que, o nome desse herói de veria ser Lamarck. Jean-Baptiste Lamarck defendia a hereditariedade dos caracteres adquiridos.

Essa apropriação indevida da identidade de Darwin é característica dos filmes dos X-Men, que costumam "torturar” as idéias-chave da biologia. Sabemos que os filmes são feitos, naturalmente, para serem divertidos e não factuais. Em um filme sobre telepatas superpoderosos e a mudança de forma de uma mulher azul, obviamente o objetivo não é ser um documentário científico.

No entanto, vale a pena olhar para alguns erros do filme sobre evolução e especiação, pois podem reforçar alguns equívocos populares.

X-Men: First Class, como os filmes anteriores da série, repetidamente, invoca a idéia de que mutantes e seres humanos estão envolvidos em uma luta evolutiva pelo domínio do planeta, assim como humanos e neandertais há milhares de anos atrás. O Professor X e o Magneto discutem sobre como homem de Neandertal olhou para a espécie superior, e como foram deslocados e abatidos.

Pelo menos esse filme tem a desculpa de ser definido em 1962, quando essas idéias sobre a evolução humana foram mais comuns. Neandertais eram então normalmente retratados como uma espécie de brutos mentalmente inferiores que não podiam competir com os Homo sapiens, que eram mais inteligentes, portanto tecnologicamente e culturalmente mais avançados.

Mas hoje, a imagem paleoantropologica das relações entre os neandertais e o homem moderno é completamente diferente. Reconstruções ósseas mostram que os neandertais tinham cérebros maiores que os nossos, e as escavações arqueológicas revelam que tinham uma cultura distinta, mas, por vezes, usaram algumas das mesmas ferramentas que os nossos antepassados. De fato, estudos publicados em 2010 pelo grupo de Svante Pääbo no Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária em Leipzig, concluiram que parte dos genes de pessoas não-africanas veio de neandertais. Ou seja, os neandertais se relacionaram sexualmente com os seres humanos modernos.

Durante a última glaciação, os neandertais podem simplesmente ter feito uma péssima escolha de rota e acabaram extintos por conta própria. Portanto, o Professor X e Magneto erraram.


Os mutantes dos filmes X-Men são sempre tratados como uma espécie distinta, mas a maioria deles aparentemente pode passar por humano e gerar filhos com eles. Esses fatos eliminam a possibilidade de que mutantes são uma espécie diferente.

Espécies reconhecíveis também costumam ter um fenótipo definível, ou conjunto de características físicas de destaque. Os mutantes X-Men, em contraste, são uma mistura louca de diversos tipos (Azazel?! Banshee! Vespa?!), que são, pelo menos, tão diferentes uns dos outros como do resto da humanidade.

Assim, ao contrário do filme dos heróis e vilões, os mutantes X-Men não são naturalmente uma nova espécie, apenas mais uma variante do Homo sapiens
 
Fonte: Scientific American

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